Capítulo 1 - 2

Capitulo 1



- Socorro!
Era com essas palavras, faziam Umi acorda no meio da noite. "Deve ser o sono" foram os pensamentos dele ao voltar a dormir.

- ALGUÉM! ME AJUDE!! - a voz parecia mais alta.
Umi se sentou correndo na cama, não poderia acreditar no que estava ouvindo. Fitou a janela por um tempo sem entender muito bem. Naquele dia tinha dado aula até tarde, para um aluno com dificuldade especiais. Por mais que gostasse era sempre um desafio ensiná-lo. Estava exausto e essa não seria a primeira vez que sonhava com barulhos vindo do além.

- AHHHHHHhhhh
Dessa vez, se colocou de pé correndo abrindo a janela e jogando metade do corpo para fora para tentar ver o que estava acontecendo. Era difícil ver alguma aqula hora da noite, ou melhor da madrugada. A única coisa que iluminava era a luz da lua cheia, que não iluminava muito por causa dos prédios altos e das muitas nuvens pelo céu.

- Acho que estou imaginando coisas.. - dizia para si suspirando profundamente, começando a fechar a janela, enquanto mexia no cabelo.
- Me deixa em paz! - a voz parecia mais forte.
Agora Umi tinha certeza de que tinha ouvido claramente o apelo de alguém.
Começou a procurar de um lado e do outro, quando lembrou que não veria nada sem seu óculos. Foi correndo até a cabeceira, voltando na mesma velocidade, colocando os óculos retangulares de armação preta. Depois de algum esforço conseguiu identificar, dois vultos entrando num beco. Quando reparou que um com saia e o outro com calça, foi o suficiente para fazer Umi se virar, pegar o bastão de hóquei de seu idolo americano e começar a descer as escandas, esquecendo a porta do apartamento aberta.

Era preciso descer os três andares, o que fez pulando de quatro degraus em quatro. Antes que pudesse perceber já estava na porta de entrada, apertando forte o bastão com as duas mãos correndo em direção ao beco que havia visto da sua janela da cobertura. Precisava correr, mas precisava chegar silenciosamente. Teve que desviar de uma garrafa de uisque no chão, o que o fez em um salto.

Quando chegou lá, mesmo no escuro conseguia ver o que estava acontecendo. Havia alguém indo cada vez mais fundo para dentro do beco tentando fugir. Enquanto a outra pessoa avançava sem dó nem piedade para cima.

Esse era o tipo de coisa que Umi não fazia desde a adolescencia. Não agia mais por impulso desde aquela trágica vez. E por isso evitava agir apenas porque seu coração disse que era certo. Não precisava ver para perceber que a pessoa encostada tremia de medo e que o cheiro de bebida vinha do cara de costas para ele.

Por um momento, um breve momento, em que as nuvens se mexeram iluminando o beco, Umi trocou olhares com aquela pessoa acuada. Por mais rápido que possa ter sido, foi o suficiente para não se arrepender da decisão que havia tomado. Aquele olhar de dor e súplica, apenas deu mais coragem a ele.

Levantou as mãos o mais alto que pode, ainda se aproximando lentamente atrás do criminoso, desferindo um único golpe na cabeça do mesmo. O cara cambaleou e caiu desmaiado com a cara no chão. Umi continuou olhando por um tempo para o homem estirado no chão. Quando viu aquela pessoa tentando levantar foi que se lembrou o porque estava ali.

- Deixe-me ajudar! - Umi se dirigiu apressado, segurando pelo braço sem medir a força da sua mão.
Ela tentou se desvencilhar mas acabou caindo, fazendo Umi segurá-la mais perto de seu corpo.

- Tudo bem, não quer que eu a leve. Mas fique na minha casa, até se recuperar. Depois disso não insistirei para ficar. - Umi ficou um pouco perplexo por ter oferecido a hospedagem, mas naquela momento pareceu o certo a se fazer.
Antes que pudesse pensar em mais coisas que fizessem sua cabeça doer, ele levantou a pessoa colocando a mesma com a barriga sobre seu ombro direito, enquanto segurava o bastão com a mão esquerda.
Ele achou estranho ter sido tão fácil, além de leve e livre de reclamações, mas continuou andando em direção a seu apartamento.
A pior parte foi subir os três andares carregando aquele peso extra, por mais leve que fosse.
Umi não estava se reconhecendo, estava muito gentil, educado e não parecia ele. "Devo estar sonhando" foi a única coisa que passou pela cabeça de Umi enquanto colocava gentilmente a pessoa no chão.
Quando estava levantando o corpo novamente, após colocar-la no chão, os rostos se encontraram novamente. Por mais que por pouco tempo, Umi ficou encantado com aqueles olhos amendoados, a pela perfeita, o perfume doce. Que só percebeu que estava se inclinando para beijar, quando a pessoa virou sutilmente o rosto para o lado, separando os lábios.

- er... me desculpa... eu não sei o que me deu...
- tudo bem - pela primeira vez Umi ouvia a voz da pessoa, e era uma voz grossa - afinal acho que não iria gostar de beijar um homem...





Capitulo 2

- AHHH? - Com os olhos arregalados sem entender o que tinha acabado de ouvir Umi foi dando passos para trás - Como assim, homem? - continuava andando de costas por isso não reparou quando pisou em cima do próprio pé. Acabou caiu sentado batendo a cabeça na parede.

- Você está bem? - ao abrir os olhos, Umi se deparou com aquele ser com pele delicada, que por mais que a voz fosse grave ainda era suave. Aqueles olhos amendoados agora o encaravam de perto, mostrando preocupação. Realmente dizer que era homem a primeira vista seria quase impossivel, mesmo que estivesse com roupas normais. Aquele cabelo negro como a noite, que ia até o pescoço, preso por um rabo de cavalo que a essa altura já estava se desfazendo, por isso tinha a explicação de várias mexas no rosto.

- Estou bem - Umi foi curto e grosso, não sabia porque havia tido um interesse repentino nele se nem com mulheres havia acontecido. Ele balançou a mão, para que o homem vestido de menina desse um passo para o lado e tivesse espaço para levantar. Mas ao inves de sair de perto, ele se aproximou e ajudou Umi a levantar.

- Muito obrigado. - ele falou calmamente enquanto Umi ajeitava a blusa.

- Por? - Umi não tinha porque ser agradecido, apenas agiu da maneira. Pelo menos era nisso que se forçava a acreditar.

- Por ter me salvado daquele tarado... - o dono dos olhos amendoados, abaixou o olhar ficando sem graça enquanto falava, juntando ambas as mãos em frente ao corpo.

- Da próxima vez, não se vista de mulher. Aposto que sua vida ficará mais tranquila. - Umi terminou de falar, passando a mão pelos seus cabelos loiros. O que para um japonês era algo raro. Por mais que tenha ficado chateado por ter sido enganado, ele sabia que estava  sendo rigoroso demais.

- Não tive outra escolha! Eles me obrigaram! - o menino agora falava um pouco mais alto e com a voz tremula enquanto apertava os punhos.

- Te obrigaram? - Umi virou rápido os olhos esverdeados, ajeitando o óculos enquanto olhava-o de cima a baixo.

- Sim... - Ele colocou a mão direita sobre o braço esquerdo apertando um pouco - Já fazem... sete anos... desde que mataram minha familia e me obrigaram a ficar com eles... - a voz dele ia falhando enquanto falava chegando ao ponto de começar a tremer.

Antes que pudesse pensar no que fazer, Umi se viu abraçando o homem, que não era mais que um garoto. Quando se tocou do que estava fazendo, o empurrou dando uma leve corada e indo em direção a cozinha.

- Eu gosto de arroz com carne e você? - Umi perguntou sem olhar para trás, ainda estava meio sem graça pelo o que tinha acontecido. Foi em direção a geladeira pegando duas tigelas de comida congelada.

- Eu... nunca comi... - a voz estava mais perto, ele havia ido atrás de Umi.

- Nunca? - bastante surpreso, Umi agora reparou mais no rapaz do que apenas no rosto. Estava muito magro, com braços muito finos e dava para ver por cima da roupa as costelas.

Ele parecia ficar mais vermelho a cada minuto, parecia que ia falar algo mais sempre  desistia. Umi resolveu não perguntar mais nada. Colocou os dois pratos no mircroondas e deixou por treze minutos. Nunca treze minutos pareciam treze horas. Um de cada lado da cozinha, sem saber o que falar, um esperando que o outro tomasse atitude. Umi limpava o óculos preto na blusa enquanto o menino desfazia o rabo de cavalo, para arrumar o cabelo e fazer novamente. Quando o microondas apitou Umi se sentiu aliviado. Quase deixou cair no chão, porque pegou sem proteção. Colocou em cima da mesa, com um garfo do lado, se sentando e já começando a comer.

- Vai esfriar - falou entre uma garfada e outra.

Agora que o menino viu que haviam dois pratos em cima da mesa. Dessa vez parecia um pimentão de tão vermelho que estava.
- ah... obrigado... - se sentou em frente a Umi, fitando o prato por um tempo.

- Vamos, coma! - Umi falou rápido enquanto colocava outra garfada dentro da boca. Não estava com fome, mas se fosse necessário faria de novo.

Com a mão meio tremula, o garoto segurou o garfo sem jeito, já que devia ser acostumado com hashis. Quando colocou uma garfada bem cheia de arroz e carne picada na boca lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

- Está tão ruim assim? - Umi perguntou apoiando o garfo ao lado do prato, já havia comido metade da comida. Logo que terminou a pergunta o menino começou a rir, ainda chorando.

- Desculpa.. é que nunca comi algo tão gostoso... - ainda com as lagrimas rolando no rosto, começou a comer a garfadas grandes, mastigando pouco e comendo rápido.

- Então, você pode dormir no sofá. Amanhã você ve para onde ir. - Umi falava olhando por cima do oculos vendo o menino dos olhos amendoados comer com vontade uma comida tão simples.

- ah.. obrigado.. mesmo.. - parou para agradecer rápido, voltando a comer rápido. Em pouquissimos minutos não havia mais nada no prato.

- Wahh, já estou cheio - disse Umi se espreguiçando e colocando o seu prato, ainda metade cheio, em cima do vazio do garoto.

Umi estava começando a achar graça de como ele ficava vermelho a toa. Sem trocar mais nenhuma palavra, o dono da casa se levantou indo até o seu quarto, pegando um lençol e travesseiro e colocando em cima do sofá. Pegou também um pijama que não usava mais, já que estava pequeno.

- Ei garoto, isso é pra... - Umi parou de repente na entrada da cozinha, ao ver o menino se despindo de costas. Deu um picarrego e continuou - isso é para você.

- Obrigado - ele se virou, pegando o pijama que Umi estendia e abraçou dando um sorriso sincero. Agora Umi via como mal nutrido ele estava, as costelas estava bem a mostra. E a cueca que usava parecia que ia cair a qualquer momento.

- Boa noite - Umi se virou rápido, respirando fundo e andando apressado. Até que parou, e lembrou de algo que não havia perguntado - Ei Garoto!

- Sim? - O menino apareceu na porta da cozinha já vesitdo com o pijama. Havia ficado enorme nele, já que além de magro, era baixinho.

- Qual seu nome? - Umi perguntou já com um pé dentro do quarto, apenas esperando aquela resposta para ir dormir.

- Rui. - ele respondeu sorrindo e fazendo uma reverência quando Umi se virou e entrou no quarto.

6 comentários:

  1. OMG OMG OMG!!
    Umi justiceiro!! Já vi que eu vou adorar! Espero por mais ein Hachi!!<3
    beijinhos

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  2. Umi justiceiro!! [2]
    Me deixou curiosa pra saber quem é essa pessoa. Apesar de eu ter dois palpites.
    Quero ler o resto. *u*

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  3. OMG UMI RUI??? COMO ASSIM?????W @_@"'''
    Isso... isso vai contra tudo o que eu já acreditei aushaushuash
    Mas sem preconceitos, vou continuar lendo porque a Hachi escreve muito bem e a história ta ficando fofa

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  4. AAAAAAAH, EU SABIA! SABIA, SABIA, SABIA! Q
    Sempre soube que você curtia um UmixRui.
    Não é como se eu estivesse acostumada com esse par, porque sou fangirl forever de TomoxRui, mas a história tá boa, então continuarei lendo. -v-

    Eu só tenho dificuldades pra imaginar um Rui tão fragil. :(

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